Pessoal, hoje resolvi tocar em um ponto muitas vezes esquecido por nós umbandista: a mistificação. Podemos dizer que a mistificação é caracterizada pela fraude consciente do médium e a simulação premeditada do fenômeno mediúnico, com intenção de enganar os outros.
Médium mistificador, portanto, é aquele que FINGE, premeditada e conscientemente, estar em transe mediúnico, recebendo comunicação de espíritos desencarnados, quando, na verdade, está apenas inventando a mensagem para impressionar ou agradar as pessoas que estão à sua volta.
Desnecessário dizer o quão perigosa pode ser essa prática. Um médium correto com os princípios umbandistas não pode deixar que interesses e opiniões particulares passem a frente a orientação da espiritualidade. Julgo que esse processo, muitas vezes, parte da covardia de certos médiuns em darem recados ou falarem determinadas coisas. Muito mais fácil é recorrer à figura da mensagem mediúnica. Afinal, ordem do guia não deve ser discutida.
Também é importante diferenciar a mistificação do animismo. A atuação anímica do médium, por sua vez, acontece de forma quase sempre inconsciente, de modo que o próprio médium dificilmente consegue perceber a sua própria interferência ou participação no fenômeno que manifesta, não conseguindo separar o que é seu do que é criação mental do comunicante, mesmo quando o fenômeno, em si, é consciente.
O animismo não é, portanto, defeito mediúnico e nem deve ser tratado como distúrbio ou desequilíbrio da mediunidade ou do médium. Na verdade, como parte dos fenômenos psíquicos humanos, deve ser considerado, também, parte do fenômeno mediúnico.
Por isso, irmãos, devemos sempre estar atentos a essa linha que divide o animismo da mistificação. Para, no futuro, não padecermos de nenhum tipo de desequilíbrio que poderá resultar na nossa própria queda mediúnica.
Dirigentes de terreiros, não tenham medo de expor e ordenar aquilo que julgam ser o correto para o andamento dos trabalhos da Casa. Se a espiritualidade lhes incumbiu dessa missão de dirigente, é porque vocês têm a sabedoria necessária para decidir, dentro da lei, o que deve ou não ser feito. Quando estivermos decidindo pelo caminho errado, a espiritualidade também será responsável por apontar nossos desvios. Não utilizemos da mistificação para dar ordens que não tenham coragem de assumir.
Realmente, esse é um assunto que sempre deve ser lembrado por nós umbandistas.
ResponderExcluirA indignação é tamanha quando presenciamos uma situação na qual pessoas que receberam de Zambi o dom da mediunidade, e por não saber usa-la de forma equilibrada, ou para abusar da fé alheia, mistificam para fins mesquinhos, vontade pessoal ou por puro ixibicionismo...
Que Zambi, os orixás e os guias tenham piedade dessas pessoas!
Axé!!!
caralho....Brunão disse tudo!!
ResponderExcluirabraço a todos